quinta-feira, 23 de junho de 2011

De pequenino é que se troce o pepino

As Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), a Convenção de Bona sobre a Conservação das Espécies Migradoras (CMS) e o Acordo sobre a Conservação dos Morcegos Europeus (EUROBATS), uniram-se para celebrar o ano dos morcegos. Este evento Internacional pretende dar a conhecer a importância da conservação destes mamíferos voadores.
Cada um de nós, conjuntamente ou individualmente, pode contribuir para os objectivos desta celebração, realizando, participando, organizando, divulgando ou sensibilizando para as questões que envolve esta iniciativa. Deixo aqui um pequeno exemplo do meu afilhado de cinco anos, que conseguiu sensibilizar os colegas e professores da sua turma através da elaboração de um poster sobre morcegos.

De facto a sensibilização assume um papel primordial no alerta e consciencialização da população acerca dos graves problemas existentes na natureza e, neste caso particular que afectam os morcegos, constituindo um primeiro passo no processo de educação ambiental, com o objectivo de criar empatia e despertar sensibilidade na preservação e conservação dos quirópteros.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Morcegos e afins

Aproveitando o fim-de-semana mais comprido, fui ter com o João Gaiola ao Sabugal com o objectivo de realizar duas sessões de captura de morcegos.

Um dos pontos de amostragem foi o Rio Côa no seu troço superior onde o tipo de aves rípicolas abunda, como por exemplo do Merlo-de-água (Cinclus cinclus), o crepúsculo é o período do dia em que a actividade de aves e morcegos (em especial espécies do género Pipistrellus) se sobrepõe. Assim é relativamente frequente capturar acidentalmente deste tipo de aves, como por exemplo o Merlo-de-água (Cinclus cinclus), o Guarda-rios (Alcedo atthis) ou Maçarico-das-rochas (Actitis hypoleucos). Outra espécie que normalmente é apanhada nas redes de captura de morcegos é o Noitibó (Caprimulgus europaeus) que contrariamente às anteriores espécies, esta tem uma actividade que se sobrepões totalmente com a actividade dos morcegos.
 
Noitibó (Caprimulgus europaeus)

 
 Guarda-rios (Alcedo atthis)

 
 Maçarico-das-rochas (Actitis hypoleucos)

 
Merlo-de-água (Cinclus cinclus)

Relativamente aos morcegos os mais de cem metros de redes e as 7 horas de captura (distribuidas por duas sessões de captura) permitiu-nos capturar 23 indivíduos (1♀ de Myotis escalerai, 1♀ de Myotis mystacinus, 5♀ e 2♂ de Myotis daubentonii, 4♀ e 1♂ de Pipistrellus pipistrellus, 2♀ e 3♂ de Pipistrellus pygmaeus, 1♂ de Hypsugo savii, 1♀ prenhe de Plecotus auritus e 1♀ e 1♂ de Plecotus austriacus), distribuídos por oito espécies diferentes, o que representa aproximadamente 1/3 das espécies existentes em Portugal Continental.

 Myotis escalerai

 Myotis mystacinus

Plecotus auritus
 
 Myotis daubentonii com uma infecção nos tragus