segunda-feira, 18 de julho de 2016

Sobreviver ou morrer!

Moscas-de-morcegos adulto num Morcego-de-peluche (Miniopterus schreibersii)

As moscas-de-morcegos (Diptera, Streblidae e Nycteribiidae) são ectoparasitas altamente especializados, e exclusivos de morcegos. Podem ser encontrados nas zonas peludas ou mesmo nas partes desprovidas de pelo como a membrana alares, onde se alimentam de sangue. Durante o seu ciclo de vida, as fêmeas, necessitam deixar o seu hospedeiro (morcego) para depositarem as pré-pupas no substrato, normalmente no teto dos abrigos, e em particular nos locais onde os morcegos formam as colónias.
O tipo de abrigo que cada espécie usa, influencia a propensão ou probabilidade que essa mesma espécie tem em ter este tipo de parasitas. Por exemplo as espécies cavernícolas têm uma maior tendência a serem portadores deste tipo de parasitas dos que as espécies eminentemente florestais, já que estas últimas normalmente têm um elevado número de abrigos que vão alternando ao longo das várias épocas fenológicas, permanecendo por períodos mais curtos em cada abrigo. Já as espécies cavernícolas, permanecem por períodos mais longos no mesmo abrigo e normalmente forma colónias muito maiores do que as espécies florestais, potenciando assim a presença deste tipo de parasitas.
Pupas e adultos de moscas-de-morcegos 


Se o teto dos abrigos, e em especial o local onde se formam as colónias de morcegos são um nicho ecológico para as moscas-de-morcegos, já o solo por de baixo desse mesmo locais são o nicho ecológico de outros seres, neste caso, de vorazes predadores que atacam toda a matéria orgânica que caia ao solo. Os mais comuns são os Staphylinidae (estafilinídeos), dos quais existem cerca de 50.000 espécies descritas!
Moscas-de-morcegos a ser atacada por estafilinídeos de pois de ter caído sobre o guano de morcegos

domingo, 3 de julho de 2016

Mais uma quadrícula (PG71) amostrada

Local de criação de Pipistrellus pipistrellus

Este fim-de-semana, a quadrícula amostrada foi a UTM PG71, situadas no Concelho de Bragança, optamos pela nascente do Rio Azibo que se encontra ladeado por manchas contínuas de carvalhos salpicadas por lameiros de montanha e castanheiros, um habitat propício para muitas espécies, a uma altitude de 820m.
O habitat envolvente era propício e prometia uma noite bastante profícua. De facto, no final da noite e feita a contabilidade das capturas permitiu confirmar a presença de sete espécies para esta quadrículas:
Pipistrellus pipistrellus
Hypsugo savii
Barbastella barbastellus
Plecotus autriacus
Nyctalus leisleri
Miniopterus schreibersii
Eptesicus serotinus

Além das espécies inventariadas, foi possível identificar uma colónia de criação de aproximadamente 40 Pipistrellus pipistrellus, e através do estados das glândulas mamárias, foi ainda possível confirmar a reprodução de Nyctalus leisleri e Miniopterus schreibersii para esta zona.

Plecotus austriacus 

 Barbastella barbastellus

Nyctalus leisleri 

 Comportamento típico de Hypsugo savii